Por que parece que ela me odeia?
Antes de tudo, vale uma pausa para refletir: será mesmo ódio ou um tipo de resistência emocional? Muitas vezes, a relação entre nora/genro e sogra é marcada por tensões que vêm de expectativas, ciúmes ou inseguranças. Nem sempre a hostilidade é pessoal — às vezes, o que você representa (mudança, autonomia, independência do filho ou filha) é o verdadeiro “problema”.
Sogras que demonstram ciúmes ou agem com superioridade podem, inconscientemente, estar tentando manter o controle de algo que sentem estar perdendo: o lugar de protagonismo na vida do filho(a).
1. Não leve para o lado pessoal… mesmo quando parecer pessoal
Quando uma sogra faz comentários ácidos, ignora sua presença ou critica decisões suas e do seu parceiro(a), a primeira reação é se defender. Mas, em vez de comprar a briga, tente adotar uma postura mais analítica. Observe o comportamento dela como quem assiste a um filme — com certo distanciamento emocional. Isso ajuda a manter a calma e evita respostas impulsivas.
Muitas atitudes hostis revelam mais sobre quem as pratica do que sobre quem as recebe.
2. Converse com o seu parceiro(a): o diálogo precisa começar em casa
Uma das primeiras coisas que você deve fazer, se ainda não fez, é conversar abertamente com seu companheiro ou companheira. Ele ou ela pode não perceber o quanto a situação está te afetando. Com honestidade e respeito, fale sobre como você se sente nas interações com a sogra.
Evite frases acusatórias como “sua mãe me odeia” e prefira:
“Me sinto desconfortável quando sua mãe faz certos comentários. Acho importante que a gente pense juntos numa forma de lidar com isso.”
O objetivo é criar união no casal, e não gerar um conflito entre ele(a) e a mãe dele(a).
3. Estabeleça limites com elegância
Não é porque ela é sua sogra que tudo deve ser tolerado. Respeito é via de mão dupla, independentemente do papel familiar. Se os comportamentos dela te fazem mal — como invasões de privacidade, críticas sobre sua aparência, casa, filhos ou decisões pessoais — é hora de estabelecer limites.
E não precisa ser agressivo(a). Um limite pode ser comunicado de forma firme e educada, por exemplo:
“Prefiro não comentar sobre esse assunto, sogra, vamos falar de outra coisa?”
“Essa é uma decisão minha e do meu parceiro(a), e estamos confortáveis com ela.”
Quando você se posiciona com tranquilidade e firmeza, transmite que se respeita — e isso, com o tempo, muda a dinâmica da relação.
4. Reduza a exposição emocional: menos expectativa, menos frustração
É natural querer ser bem-quisto(a), mas quando isso não é possível, o melhor caminho é aceitar e ajustar suas expectativas. Em vez de esperar afeto, espere cordialidade. Em vez de desejar um relacionamento próximo, aceite um vínculo funcional e educado.
Você pode:
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Manter conversas mais neutras
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Evitar temas polêmicos
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Reduzir o tempo de convivência se necessário
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Ser cordial, mas sem se expor demais
Essa abordagem te protege emocionalmente e evita frustrações repetidas.
5. Cuide de você primeiro
Viver sob a sombra da desaprovação de uma sogra pode minar a autoestima. Por isso, é essencial lembrar: você não precisa da validação dela para ser uma boa pessoa, companheiro(a), pai/mãe ou profissional. Reforce seus pontos fortes, invista no que te faz bem, cultive relações saudáveis e lembre-se que sua prioridade é sua paz — e não agradar quem não quer ser agradado.
Você pode até dizer mentalmente, quando ela te criticar:
“Essa opinião não me define.”
Esse tipo de blindagem interna faz muita diferença.
6. Encare a sogra como alguém com história — e não como vilã
Toda pessoa difícil tem um passado, valores diferentes e bagagens emocionais que influenciam sua forma de se relacionar. Às vezes, ela cresceu em um ambiente onde controlar os filhos era sinônimo de amor. Talvez esteja enfrentando medos que nem sabe nomear, como envelhecer ou perder relevância na família.
Essa compreensão não justifica comportamentos tóxicos, mas pode te ajudar a não internalizar tanto. Quando você olha com mais empatia, consegue agir com mais estratégia — e menos emoção.
7. Preserve os bons momentos (se existirem)
Nem toda relação com sogra é completamente negativa. Pode ser que existam momentos mais leves, afinidades pontuais ou fases melhores. Tente valorizar essas brechas de conexão. Elas não precisam anular os conflitos, mas podem ser pontes para melhorar a convivência.
Se ela demonstrar gentileza — mesmo que rara — reconheça. Pequenos gestos, como agradecer um presente ou elogiar uma comida que ela preparou, mostram maturidade emocional e desarmam o clima hostil.
8. Evite o confronto direto… mas não fuja de conversas necessárias
Bater de frente raramente traz bons resultados nesse tipo de relação. Em vez disso, foque em diálogos construtivos — e só quando for necessário. Escolha momentos neutros, sem plateia, e aborde um comportamento específico, não a personalidade dela.
Por exemplo:
“Sogra, eu queria conversar sobre uma coisa que me incomodou. Quando você comentou sobre minha aparência na frente dos outros, fiquei constrangida.”
Fale sempre a partir do “eu”, sem julgar.
9. O que fazer quando há manipulação, fofocas ou desrespeito direto?
Infelizmente, há sogras que passam do limite do desagradável e se tornam tóxicas: espalham mentiras, fazem intrigas ou tentam manipular seus filhos contra você. Nesses casos, a resposta precisa ser firme e clara.
Não entre no jogo. Não devolva fofoca com fofoca, nem raiva com raiva. Documente situações (se necessário), converse com seu parceiro(a) e decida juntos como proteger seu espaço e sua reputação.
Às vezes, a única saída saudável é o afastamento parcial ou total.
10. Quando entra o fator “avó” na equação
Se vocês têm filhos, a presença da sogra como avó pode complicar ainda mais. Nesses casos, os limites devem ser ainda mais claros:
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Quem define a criação dos filhos são os pais
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A avó pode participar, mas não mandar
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Comentários desrespeitosos não devem acontecer na frente das crianças
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Se necessário, restringir visitas para proteger o bem-estar emocional da família
Proteger a saúde mental dos filhos também é um ato de amor.
Conclusão: sua paz vale mais do que agradar quem não quer ser agradado
Conviver com uma sogra difícil pode ser desgastante, mas é possível encontrar um caminho que respeite você e o seu relacionamento. Nem toda sogra se tornará amiga, mas você pode construir uma relação pacífica e funcional — mesmo que distante.
Se ela não mudar, mude você a forma como lida com ela. Isso já muda tudo.